Desligue o celular, a televisão e o aparelho de som, e aconchegue-se ao lado do seu filho. É hora de contar histórias! Livros a postos, o momento é garantia de interação de toda a família, além de ser uma excelente ferramenta para a formação e o desenvolvPublicado em 08/04/2009 Era uma vez... Desligue o celular, a televisão e o aparelho de som, e aconchegue-se ao lado do seu filho. É hora de contar histórias! Livros a postos, o momento é garantia de interação de toda a família, além de ser uma excelente ferramenta para a formação e o desenvolvimento da criança. Na estante ou sobre o criado-mudo, o livro com capa colorida reluz como ouro. Revela-se um convite para horas na mais perfeita viagem da imaginação. Sim! Quem nunca fechou os olhos (ou os manteve bem abertos) e imaginou estar num mundo fantástico - de magia, amor e muito entretenimento — proporcionado pelos livros? Se, para os adultos, a prática já é divertida, tente recordar os tempos em que você era criança, quando seu pai e sua mãe tornavam-se seus parceiros na aventura literária. Lembrou-se? Pois então! Contar histórias é muito mais que matar o tempo ou distrair o filhote. É garantir um mundaréu de lembranças e informações ajudando na formação e no desenvolvimento dos pequenos. Por isso, vamos lá: “Era uma vez...”. Defensor ferrenho das histórias, Warley Goulart, contador profissional e coordenador do grupo carioca “Os Tapetes Contadores de Histórias”, diz que a prática tem uma grande importância na construção de nossos valores na infância. Através das narrativas orais crianças mantêm contato com questões humanas primordiais, importantes para as futuras decisões que envolvem a família, o afeto, a sobrevivência e a ética. Deparando-se com heróis, seres fantásticos, animais falantes e objetos encantados, os pimpolhos fazem associações com suas próprias vidas, e vão moldando seu mundo interno. Mas não é só: o momento ao redor do livro permite um compartilhamento de vivências e histórias que se revelam em um instante privilegiado e único de intercâmbio de experiências. “Ouvindo relatos das pessoas que fazem parte de seu universo afetivo, como pais, avós e professores, nos almoços de domingo, ou antes de dormir, na sala de aula ou no parque debaixo de uma árvore, a criança passa a compreender que faz parte de uma rede social e que pessoas de outras gerações têm muito a dizer sobre a vida e as coisas do mundo”, ressalta Goulart. Então, pegue seu filho no colo, sente-se na beira da cama dele, deite-se nas almofadas espalhadas no chão... Não importa como, o que vale é criar um clima de interação em que, mesmo inconscientemente, a criança associe esse momento tão rico em experiências com o livro, despertando o interesse de levar adiante a prática da oralidade e garantindo a continuidade das histórias de geração O melhor de tudo Envolver-se no universo infantil ao lado de seu filho é muito bom. Tente, e você verá que todos vão curtir de montão o momento. 1. Contar histórias não exige infraestrutura nem hora marcada. Mas, se você quiser acertar em cheio, escolha o momento da criança dormir, já no quarto dela. Aconchegue-se na cama ou pegue-a no colo, e aposte na interação total. “A prática é sempre boa, mas aplicá-la na hora de dormir a faz tornar um momento mágico, porque dá segurança para a criança, acalmando-a por toda a noite”, afirma Katia Canton. 2. Livre-se de qualquer interferência desligando o celular, a televisão ou o som, e deixando que a criança perceba que esse momento é só de vocês. Isso aumentará ainda mais a união e a cumplicidade entre filho e mãe. 3. O que mais conta, nessa hora, é a interação. Por isso, preste atenção ao que a criança está sentindo: ela está gostando da história? Como reage aos fatos? Participa, tentando contar os casos? Observa as ilustrações do livro? Esses indícios mostram claramente se ela está, de fato, interessada e gostando da prática. 4. Contar histórias não consiste em uma atividade-palco, em que o pai ou a mãe se apresentam para o filho. Por isso, busque ferramentas que façam que a criança participe ativamente do processo, envolvendo-a na história. Que tal brincar de representar o que é lido? Os pequenos adoram isso! 5. Para facilitar o entendimento perfeito da história, o ideal é falar devagar buscando uma entonação gostosa ao ouvido, contando de maneira bastante paciente e agradável. Isso atrai a atenção dos pequenos, mantendo-os mais interessados. 6. Se ficar na dúvida entre os contos clássicos ou os populares, inclua os dois na lista, acrescentando, ainda, as histórias familiares, que são contadas independentemente dos livros. “Quanto mais compartilhamos fatos de diferentes naturezas, mais cultivamos intensamente nosso mundo interior”, garante Warley Goulart. Não é a idade, mas, sim, o tema Alice no País das Maravilhas, Chapeuzinho Vermelho, João e Maria... Quem não se lembra dessas histórias? Pois é. Gostar de contos não é para poucos. A prática cai no gosto da garotada por volta dos 3 anos, quando a capacidade de concentração é maior, e segue por toda a vida. Engana-se quem pensa que é possível dividir os temas de acordo com a idade. “Muito mais importante do que isso é trabalhar com histórias ligadas à personalidade de cada criança”, ensina Katia. Além disso, um bom livro serve para as mais diferentes etapas da vida. “A própria criança dá indícios daquilo que gosta de ouvir”, diz a professora. “Depois de algumas tentativas, percebi que o Pedro não se interessava por histórias pacatas. Toda vez que eu iniciava um livro e ele começava a falar sobre outros assuntos, era hora de mudar de tema”, conta a mãe, Priscila. Viu como é simples? Coloque em prática a ideia, garantindo o desenvolvimento do seu filho e aumentando ainda mais o vínculo entre vocês. Claudia Dias |
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